Capítulo 20 - O Sonho que aconteceu.


A única coisa que Tiago podia fazer, então, era repousar para que estivesse curado o mais rápido possível. Assim que a ruiva saiu da ala hospitalar, não sem antes dá-lo um beijo bem estalado, ele se preparou para dormir.
Sua cabeça doía muito, talvez porque um bendito balaço tinha acertado sua cabeça em cheio. Mas não era só isso. Lily estava em uma missão perigosa, e o pior era que ele não estava lá para protege-la.
Virou-se de lado, procurando um melhor ângulo, mas parecia que tudo acima do pescoço estava fora do corpo. Ele mal sentiria a face, se a tocasse.
Fechou os olhos e procurou se concentrar na respiração, ou contar unicórnios. Agora não importava qual fosse o método, ele precisava e queria dormir. Assim o tempo passaria mais rápido e logo ele estaria com sua ruiva.
Após algum tempo, o sono já tinha vindo, e ele ainda mantinha os olhos fechados e o corpo imóvel, sem contar alguns poucos bocejos. Em poucos minutos mais, Tiago Potter caiu no sono.

Tiago sentiu como se a ala hospitalar se dissipasse, e um novo cenário se formou do vazio. Ele provavelmente estava no interior de uma casa. Tudo estava escuro, e não havia nenhum sinal de movimento, pelo menos naquela peça.

Sem entender direito, o grifinório olhou em volta. Parecia uma sala de estar como qualquer outra. Uma lareira na parede esquerda, com algumas fotos sobre ela. Na parede da frente, A porta e uma janela, ambas vermelhas. Na de trás, escrivaninhas abarrotadas de livros, e na da direita, um sofá também vermelho e uma porta escancarada. Toda a peça era decorada na cor rubra, e as paredes, em tom amarelado. Tiago encaminhou-se para ver as fotos em cima da lareira, mas notou uma sombra vinda da porta que dava para as outras peças da casa.

Se virou, e colocou a mão no cós das calças, à procura da varinha. Porém, não a achou. Sem muito o que fazer, tentou pegar a primeira coisa à sua frente, mas sua mão simplesmente passou através.

Confuso, ele continuou sua caminhada rumo à porta. Quando ia chegar perto do vulto, escutou um estampido. Em segundos, a porta da frente se escancarou. Dos jardins da casa, entraram três pessoas, ambas com capas verde-musgo cobrindo todo o corpo e, na face, uma máscara já conhecida pelo garoto: Aqueles eram três comensais da morte.

Eles andaram rapidamente em direção à porta, e Tiago passou também através deles, os mesmos nem haviam notado sua presença. Passaram pelo corredor após a porta e logo, Tiago ouviu gritos de dor. Correu, até encontrar o motivo dos gritos. Um homem, com feições conhecidas, se contorcia no chão, enquanto os três comensais o rodeavam, com as varinhas apontadas, e rindo malignamente.

Sem nenhum sinal, três jatos prateados emergiram da porta do corredor, acertando dois dos comensais, e os petrificando. Da porta, apareceram Remus, Sirius, Lily, Lore, Még, Frank Longbotton e Alice.

- A PEDRA, ONDE ESTÁ? - Gritou o último comensal, parecendo apavorado. Mesmo sendo mais velho, eram sete contra um.

- Em um local seguro. - Murmurou o homem, que ainda estava no chão, entre gemidos.

- Oras, seu! - Este apontou a varinha para o homem. - AVADA KEDAVRA! - Uma luz verde saiu da varinha do comensal, atingindo o peito do homem, que apenas abriu mais os olhos, e morreu instantaneamente.

- EXPELLIARMUS! - Bradou Sirius, apontando a varinha para este último. Ele voou com tanta força que bateu na parede de trás, a rachando, e caindo desmaiado. Tiago suou frio, e viu Lily e Lore começarem a chorar. Sirius e Még correram em direção ao homem morto, enquanto Remus foi ver se os inimigos estavam realmente desacordados. Ao ver a face do homem, Még gritou dolorosamente.

Mas Tiago não conseguiu pensar direito. Virou novamente para sua ruiva, que chorava copiosamente. Correu em direção a ela, e quando ia a abraçar, tudo se dissipou novamente.

E Tiago acordou, sentado, na ala hospitalar.

- Madame Pomfrey! - Gritou, tocando a testa. Ele suava frio, e respirava desritmado. - Madame Pomfrey! - Repetiu, e a enfermeira saiu de sua sala, apressada.

- O que foi rapaz? - Perguntou e, vendo que ele estava sentado, tratou de o deitar a força. - E o que faz sentado? Você PRECISA descansar.

- E eu preciso que você chame o diretor! - Continuou aos berros, sem dar atenção a mulher. Ela pareceu assustada. - Tenho que falar com ele imediatamente!

- Desculpe, Potter, mas o diretor não está na escola no momento. - Ela afofou o travesseiro. - Mas, se fizer questão, posso chamar a professora McGoonagall.

- Sim, chame-a por favor. - Disse, um pouco mais calmo. Ele repassou o sonho pela mente diversas vezes, para saber como contar, mais detalhadamente. Logo, a diretora da casa grifinória entrava com Madame Pomfrey na ala hospitalar.

- Senhor Potter...? - A professora se sentou aos pés da cama do garoto, e este a olhou intensamente. - O que tem para nos dizer?

- Um homem, professora! Um homem foi morto! Ele carregava um tipo de pedra! Ele foi atacado por comensais! - Despejou tudo, sem sequer respirar direito. Mcgoonagall fez uma expressão mista de espanto e preocupação.

- Sim, Potter. - Ela confirmou, deixando o garoto de boca aberta. - Por isso Dumbledore não está na escola agora. Um de seus homens morreu, protegendo uma pedra que aquele-que-não-deve-ser-nomeado queria. - Ele se sentou novamente na cama, e a mulher continuou. - Mas a pedra já está em segurança e todos os seus amigos já estão voltando para casa.

- Lily... - Tiago se lembrou da ruiva. - Ela está bem? - Mcgoonagall afirmou que sim com a cabeça.

- Apenas este homem levou feitiços, Potter. - Ela o olhou nos olhos. - Mas... como você sabe disso?

- Não sei. - Tiago se deitou novamente. - Apenas... sonhei. - Ele fechou os olhos por alguns segundos. - Ele... qual o nome desde homem que morreu?

- Marcus Dodson. - Afirmou, e Tiago abriu os olhos, estupefato. Aquele era o pai de Mégara, que ela procurara durante tanto tempo. - Agora... descanse. - Ela se levantou e saiu da peça, enquanto o garoto fechou novamente os olhos, esperando ansiosamente a volta de seus amigos e de sua ruivinha.

By Tiago Potter

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