Capítulo 7 - Sob a luz do luar.


Amos Diggory estava jogado no chão, de barriga pra cima. Ele gritava desesperadamente, com expressão de horror, tentando proteger o rosto com os braços. Lily arregalou ainda mais os olhos ao ver um vulto pular por cima do Lufano, o desferindo vários socos por todo o corpo do mesmo.

- VOCÊ É LOUCO, CARA! - Gritava Diggory, quando o vulto por cima dele olhou para os lados, e ao perceber a presença da ruiva, se levantou, boquiaberto. Aproveitando a deixa, o lufano saiu correndo pelas escadarias.

Lily soltou um grunhido ao conseguir notar o rosto do rapaz que brigava com seu ex-namorado. Os óculos redondos em sua face não mentiam; aquele era Tiago.

- Lily... - Murmurou, já em pé, olhando para o chão.

- VOCÊ É UM MONSTRO, TIAGO! UM MONSTRO! - O grifinório ficou paralizado, ao escutar a garota começar um surto. - VOCÊ ENDOIDOU? AGORA NÃO BASTA MAIS ENCHER O SACO DO RANHOSO? - Ela começou a se aproximar do garoto, enquanto ele continuava imóvel. - PRECISA SEMPRE ESTRAGAR MINHA VIDA, ESTRAGAR COM A VIDA DE TODOS OS MEUS AMIGOS? - A ruiva chegou bem próximo a ele, e o lançou um fortíssimo tapa, que o fez cair no chão. - ISSO É POR VOCÊ FAZER DO QUE EU SOU UM INFERNO, TIAGO POTTER! - E saiu de lá, a passos rápidos.

O grifinório ficou no chão por mais algum tempo, sem saber exatamente quanto. Ele apenas tocava em sua bochecha esquerda, que ainda ardia fortemente. Mas não era isso o que mais doía. O coração do garoto sangrava por dentro. Ele pela primeira vez havia se decepcionado com seu Lírio, sua musa, sua perfeição. Afinal, ela não o amava como realmente pensara por todos estes longos anos. Ele havia perdido parte de sua vitalidade, parte de sua juventude, por um amor impossível, o qual ele sempre acreditou piamente.

Em meio a seus devaneios, uma mão tocou seu ombro. Em seguida, ele pôde ouvir a mudança da expressão facial da mesma pessoa, bem como a saída do ar dela pelo nariz. Aquele barulho indicava um tom zombeteiro, só podia ser uma pessoa.

- O que quer, Almofadas? - Perguntou Tiago, sem sequer se movimentar.

- Bom... - Sirius forçou o ombro do rapaz, o obrigando a ficar de barriga para cima. - Primeiramente, Sr. Pontas, eu gostaria de saber o que o Sr. faz deitado no meio de um dos corredores do castelo. - Ele sorriu para o amigo, que só agora percebera que ainda estava deitado.

- Ah, aconteceram coisas. - Disse, quando Sirius percebeu a vermelhidão em sua face.

- Tomar um hiper-fora da Lily agora mudou de nome para 'coisas'? - Zombou, pegando o braço do amigo e o puxando. Tiago ficou de pé, mas sem dar algum sinal de animação.

- Foi mais que isso, almofadas. - Disse, começando a andar calmamente em direção às escadarias, mas sendo seguido pelo amigo. - Me decepcionei com ela. Agora quem não quer mais nada sou eu.

- Então vamos aproveitar a vida, meu caro amigo! - Ele sorriu maliciosamente, olhando uma corvinal passar pelos dois. - Temos várias meninas no castelo à disposição.

- Não quero mais por enquanto, Sirius. - Terminou o assunto, desanimado. Sirius preferiu não continuar. Quando Tiago o chamava pelo nome, a coisa tava feia.

- O que aconteceu foi tão grave assim? - Perguntou, mas não obteve resposta alguma. Então preferiu apenas continuar andando em direção ao Salão comunal em silêncio.

- Vou me deitar, almofadas. - Comentou brevemente, ao passar pelo retrato da mulher gorda. Sirius, então, fez sinal de positivo com uma mão e se atirou em uma das poltronas.

Tiago seguiu caminho rumo ao dormitório, e logo se atirou na cama, sem perceber que haviam mais pessoas presentes.

- E então, rapaz. - Começou Remus, revelando seu rosto por de trás do Feitiços experimentais avançados. - Foi um dia duro, não? - Tiago tirou os óculos do rosto e o colocou sobre o criado mudo, concordando com a cabeça à afirmação do amigo maroto, que continuou. - Lily?

- Olha, Aluado... - O grifinório olhou para o amigo, sério. - Não to com cabeça pra isso agora, ok? - Lupin fez cara de 'ok, não incomodo mais'. - Não fica chateado, eu só não to afim agora.

- Tudo bem, tudo bem. - Fingiu Remus, voltando ao seu livro. Tiago fechou as cortinas de sua cama, e ficou admirando a parte de cima da mesma, até cair no sono...


Duas horas da manhã.

Lílian ainda se revirava na cama. Estava deitada desde as nove da noite, mas não conseguia dormir. Tiago, o garoto que a infernizou por todos os anos no castelo, agora tinha chegado ao ápice de qualquer provocação. Ele definitivamente tinha passado dos limites. Mas por que o garoto tinha caído com tanta voracidade sobre Amos? Não podia ser só por puro ciúmes, ou será que podia? A única coisa que tinha certeza desta vez, era de que não conseguiria aliviar os pensamentos deitada.

Se levantou, colocando seu robe, que estava na ponta da cama, e desceu as escadas. Admirar a lua sempre a trazia respostas. Ao chegar ao fim das escadas, se deparou com uma silhueta conhecida. Em seus braços, uma capa extravagante. O vulto olhava para o céu escuro.

Lily deu dois passos para frente, pisando sem querer em uma tábua solta, que fez barulho. Rapidamente, o vulto se virou.

- Lil.. - Era Tiago, a olhando. Ele parecia estar chorando. - Evans? - Disse, revirando os olhos e se virando novamente em direção à janela.

A ruiva caminhou até o lado do garoto; queria ter certeza de que ele realmente estava aos prantos. Ela tocou seu ombro.

- Não conseguiu dormir? - Perguntou o grifinório, sem desviar o olhar. - Lily concordou com um movimento da cabeça. - Ainda com raiva de mim?

- Não, Potter. - Ela o olhou, mas ele continuou imóvel. - Só não entendi o porque de você ter arranjado briga com o Amos. - Naquele momento, o garoto se atirou na poltrona mais próxima. - Digo... só por ciúmes?

- Lílian... - O olhar do garoto encontrou-se com o da ruiva, e sem desviarem o olhar, ele continuou. - O Amos estava com uma outra garota, da Sonserina. Assim que vi, parti para cima dele. Uma garota como você não merece ser traída, ainda mais por um babaca daqueles.

- ... - Ela se aproximou de Tiago, boquiaberta, e se ajoelhou em sua frente, pegando suas mãos. - Você fez aquilo por mim? - Lágrimas brotaram dos seus olhos.

- É tão difícil entender que eu te amo, Lílian? - Os dois se aproximaram os rostos, e fecharam os olhos. Quando suas bocas estavam à milímetros, Tiago voltou. - NÃO! - Gritou, se levantando da poltrona, e assustando a ruiva. - Eu te amo, Evans. Te amei desde que te vi pela primeira vez. EU MUDEI POR VOCÊ! - Ela levou os braços ao rosto, escondendo o choro. - Mas você não me ama, você não me quer, Evans. Sei que vou sofrer eternamente por isso, mas não quero ter uma recaída. Se você não me ama, só basta aceitar.

- Mas... Tiago, eu... - Começou, mas foi interrompida.

- Para você agora é Potter, Evans. - Falou, indo em direção às escadas. - acho melhor você ir se deitar, já está tarde. - Tiago subiu as escadas, deixando a garota sozinha.

By: Tiago Potter

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