Capítulo 41. - Colocando o plano em prática.

Lílian leu e releu o minúsculo bilhete mais de dez vezes enquanto passava pelo retrato da mulher gorda e se dirigia para a torre ao lado da que levava-os ao salão comunal da Grifinória. Nada fazia muito sentido, e talvez isso agora fazia a garota gastar sua massa cinzenta para compreender.
Mas não surtiu efeito; o cérebro da garota havia trabalhado demais para uma véspera de natal, devido a todo aquele tempo na biblioteca. O fanatismo pelos NIEMS - como chamavam os marotos, com exceção de Lupin. - estava tomando conta de sua vida e ela, naquele momento, preferia lidar apenas com o stress das provas, e não das crises de humor do namorado.

- Potter, se você estiver aprontando alguma, eu juro que te mato. - Murmurou. Suas bochechas mantinham uma cor muito parecida com a de seus cabelos, que agora estavam encaracolados especialmente para a festa. Não se preocupava em apenas pensar; todo o castelo estava fora, com exceção de alguns poucos - muito poucos. - que provavelmente já estavam na cerimônia natalina no salão principal.

Não demorou muito para que chegasse em frente à parede lisa que eventualmente abrigava uma porta invisível. Sabia como faze-la aparecer, e lá poderia esganar e matar seu namorado por causa daquele dia. "Sem testemunhas, sem marcas, sem digitais". Era tudo o que a ruiva pensava, quando já andava a passos rápidos em frente à estátua do sétimo andar.
Finalmente a porta aparecera, e como um cão raivoso, Lílian avançou em direção à maçaneta, a girando com força. Abriu-a, e a primeira coisa que viu fora a silhueta de um garoto, uma que já conhecia.

- Tiago Potter! - Bateu os pés em direção ao maroto de óculos redondos, que sorria simplesmente. - Você nem sabe o que eu vou fazer com você neste exato momento! - Agarrou-o pelo colarinho da camisa que vestia. - Tem noção do que fez comigo o dia inteiro?!

- Claro que tenho. - Pela primeira vez, respondeu, tomando as mãos da garota nas suas. - Mas o que faremos esta noite será muito mais fora do sério do que jamais foi sua vida, meu lírio. - Ela arqueou uma de suas sobrancelhas, assustada.

Voltara à realidade. A sala precisa estava muito diferente do que jamais estivera. As paredes agora eram alvas, o piso da mesma cor. Os móveis que mobiliavam aquela peça obtinham um tom vermelho-e-verde, e no centro, ao invés de uma pequena mesa, uma grande e bela árvore de natal.

- Tiago... - Os olhos da garota brilharam. O grifinório abriu mais seu sorriso, fazendo menção de sinalizar com o braço o lugar em que a ruiva deveria se sentar. - você quem fez tudo isso... para mim?

- Para nós, Lily. - Ficou ao seu lado, passando o braço por suas costas. - E não fiz, eu só pensei. A sala que é a responsável por isso tudo.

- De qualquer modo, veio de ti. - Segurou a mão do namorado que estava em seu ombro fortemente. - Mas por que você me trouxe aqui? - Não podia deixar de se lembrar que passara o dia todo sozinha, enfurnada na biblioteca.

- Você verá. - Sorriu maroto, levantando-se do lugar em que estava. - Quer beber alguma coisa? - Pareceu mais cavalheiro do que nunca naquele momento, de modo que a ruiva aceitou. - O que gostaria?

- Qualquer coisa para mim está bom. - O fitou com os olhos, enquanto ele ia em direção a uma porta que ainda não havia notado do outro lado da peça.

Abriu-a e lá desapareceu, por quase três minutos, os quais pareceram mais silenciosos que o costume para Lílian. Quando voltou, o grifinório tinha em mãos uma garrafa de vinho dos elfos, cuja classificação daria inveja a qualquer colecionador ou apreciador da bebida.

- Você tem certeza que quer tomar isto comigo? - Falou, mesmo sem querer, a garota. Ela sabia alguma coisa sobre vinhos bruxos. - Digo... é caríssimo!

- Nenhum dinheiro pagaria este momento com você, meu lírio. - Também tinha na outra ao duas taças. Levou-as ao sofá e entregou uma para a namorada.

Carregou a taça de um vinho violeta, aspecto bom e cheiro especial. Qualquer ser na terra quereria beber daquilo, e a ruiva se incluía nisso.

- Salut. - Brindou consigo mesmo Tiago, bebendo um pouco da sua.

- Realmente acha que eu vou te desculpar por você não ter falado comigo só com um plano desses? - Olhou nos olhos do namorado. Só agora isso tinha vindo na cabeça; é claro! Era tudo um plano para se desculparem. - Pois eu não vou, Potter!

- Calma! - Espantou a idéia da garota se levantar do confortável sofá ao colocar suas mãos nos ombros da mesma. - E quem disse que o tempo sem falar contigo não fazia parte deste plano?

- Ótimo. - Revirou os olhos. - Adorei sua idéia de "Ignore Lílian Evans em seu melhor dia". Digno de aplausos. - e cruzou os braços. A ruiva agora estava realmente irritada.

- Você não entendeu! - Soltou uma gargalhada que não durou muito, ao ver que a namorada havia ficado mais brava ainda. - Eu fiquei longe porque estava preparando tudo para esta noite.

- Ah, claro. Uma peça bonita que foi criada na sala precisa, junto com um vinho dos elfos. Isso demora menos de dez minutos para se aprontar, Potter.

- Quem disse que eu só preparei isso? - Realmente, aquele tinha sido arquitetado para ser especial.


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